sexta-feira, 25 de setembro de 2015

1808 - Laurentino Gomes (20/60)

Olá, galera. Tudo certinho?
O vigésimo livro do desafio #60livrosem2015 foi : 1808!
O livro foi uma indicação de duas amigas historiadoras. Estávamos passeando pelo shopping quando demos de cara com essa belezinha na Fnac por apenas R$10 Dilmas. Acredita? Juntei o útil com o agradável e não deixei de levar. 
O livro divide opiniões, há quem goste e quem deteste. Quer saber minha opinião? Continue lendo! :D 

1808
Autor: Laurentino Gomes
ano: 2014 - 2ª Ed. (20ª reimpressão)  
páginas: 365
editora: Planeta




Imagine o cenário: Navios portugueses e ingleses sendo carregados ás pressas no porto e um exército famoso do conquistador europeu Napoleão chegando nas montanhas da acabada Portugal! Parece cena de filme, né? Mas foi o que aconteceu em Portugal em 1808. 
A realeza portuguesa deixa pra trás seu povo, suas casas, seus livros... sua vida antiga! Uma fuga planejada havia tempos, entretanto, realizada com pressa e sem nenhuma organização. Os ricos participantes da corte portuguesa fogem para uma país totalmente desprezível para eles, que curiosamente, é a salvação de suas posições. 
Laurentino Gomes, conta em 1808 uma parte da história que não encontramos nos livros. Conta, por meio de documentos e um pouco das pesquisas de outros historiadores, como foi, de fato, a chegada da côrte portuguesa da baia de Guanabara no Rio de Janeiro, sua instalação na cidade, e ainda, como eram sustentados pelo povo brasileiro. Podemos perceber, pela narração de Laurentino, como a corrupção no brasil começou, como eram os hábitos  - nada higiênicos - dos ricos, como também, algumas fofocas que rondavam. 

O livro é dividido em 29 capítulos, os quais são: 

1. A fuga - O primeiro capítulo conta exatamente o cenário descrito no primeiro parágrafo desta resenha. Podemos ter uma noção da situação política de Portugal com a Inglaterra e ainda alguns detalhes desse plano de fuga e sua execução. 

2. Os Reis Enlouquecidos - O capítulo fala um pouco sobre a história de dois monarcas loucos: A rainha Maria I (mãe de D. João VI) que "era perseguida por demônios" e vivia trancafiada em um palácio com acessos constantes de loucura; e, na Inglaterra, o rio George III visto, frequentemente,  de camisola, com a cabeça envolvida em uma fronha e um travesseiro nos braços enrolado na forma de um bebê recém-nascido passeando pelos corredores do palácio.

3. O Plano - A fuga de D.João e sua corte para o Brasil não foi uma ideia de última hora.

4. O Império decadente - Poucos períodos na história foram tão cheios de aventuras, invenções e conquistas como o séc. XIX, mas, infelizmente, não parecia que tais rupturas afetavam os portugueses. Portugal, não lembrava em nada a metrópole vibrante dos tempos de Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral.  


5. A partida - "O dia 29 de novembro de 1807 amanheceu ensolarado em Lisboa. Uma brisa leve soprava do leste. Apesar do céu azul, as ruas ainda estavam tomadas pelo lamaçal, devido à chuva do dia anterior. Nas imediações do porto, havia confusão por todo lado. Um espetáculo inédito na história de Portugal se desenrolava sobre as águas calmas do Rio Tejo: a rainha, seus príncipes, princesas e toda a nobreza abandonavam o país para ir viver do outro lado do mundo. Incrédulo, o povo se aglomerava na beira do cais para assistir à partida."

6. O arquivista Real -  Luiz Joaquim dos Santos Marrocos e seu pai eram os responsáveis pela biblioteca real de Portugal. Eles eram responsáveis pela tradução, organização e preservação dos tesouros da biblioteca real.

7. A Viagem -  O capítulo conta um pouco de como eram as embarcações portuguesas e como foi a travessia da corte pelo imenso oceano.

8. Salvador - O navio de D. João VI fez uma escala em Salvador antes de ir ao Rio de Janeiro. Não foi escrito oficialmente o motivo da parada, acreditou-se que algum prolema durante a travessio teria forçado o "Príncipe Real" (navio de D. João) a parar em Salvador. Laurentino, porém, nos mostra um outro possível motivo para  a escala do navio real. (O capítulo possui algumas imagens da Baía de Guanabara e Salvador da época)

9. A Colônia - O capítulo traz uma descrição de como era o Brasil quando a comitiva portuguesa chegou ao Rio de Janeiro. O povo, a comida e a cultura brasileira é descrita não só apenas por portugueses, e sim, por muitos dos estrangeiros que conheceram a nação tropical no século XIX.

10. O repórter Perereca - O repórter perereca foi um padre que escrevia sobre a colônia brasileira. É ele o autor de muitos artigos e notas sobre a chegada da coorte portuguesa no Brasil. 

11. Uma carta - É um pouco da carta que o arquivista real, Luiz Joaquim dos Santos Marrocos escreveu à seu pai de dentro do navio quando dirigia-se a colônia. Conheceremos aqui um pouco mais da opinião do arquivista sobre o Brasil e seu povo.

12. O Rio de Janeiro -  O capítulo conta um pouco mais detalhadamente sobre a cidade que abrigou a família real em sua estadia no Brasil.

13. D. João - Aqui, podemos conhecer um pouco mais sobre a personalidade do príncipe português regente. Conhecemos seus medos, fraquezas e também alguns "podres".

14. Carlota Joaquina - Um princesa feia, arrogante e conspiradora! O capítulo nos traz um pouco sobre quem foi a companheira de D. João VI. 

15. O ataque ao cofre -  A realeza portuguesa saiu de Lisboa falida e chegou ao Brasil mais empobrecida, destruída e totalmente necessitada de tudo. Foram aproximadamente 15.000 portugueses que saíram fugidos junto com a família real de Lisboa, para sustentar toda essa gente foi necessário o desvio de algumas verbas empregadas no Brasil pelo povo brasileiro. (Aqui começa a corrupção, a roubalheira, a compra de posição e poder)

16. A nova corte - Como a "nata" portuguesa estava falida - assim como a família real- D. João distribuiu títulos de nobreza em troca de "sustento" no Rio de Janeiro.

17. A senhora dos mares - O portos brasileiros são abertos para o comércio para a Inglaterra e alguns países europeus.


18. A transformação - Depois de todas as cordialidades da chegada da corte no Brasil, é necessário começar o trabalho pra que a colônia esteja habitável para os portugueses. Necessitava-se de estradas, escolas, tribunais, fábricas, bancos, moeda.... Necessitava-se de um governo organizado, como reconhecido pelo historiador Pedro Calmon: " O país era desmesurado e virgem, enquanto que o novo governo, adventício e indigente, tinha de improvisar e criar tudo". (O capítulo possui algumas imagens)

19. O chefe da polícia - O número de habitantes no Brasil dobrou em 1821. São Paulo, por exemplo, antes uma aldeia simples, foi transformada na maios metrópole da América Latina na primeira metade do século XX. A criminalidade, também, atingiu índices altíssimos. Roubos e assassinatos aconteciam a todo momento. 

20. A escravidão - O Rio de Janeiro possuiu a maior população negra escrava de todo o país. Quando a corte portuguesa chegou ao Brasil, navios negreiros despejavam no Mercado Valongo entre 18000 e 22000 homens, mulheres e crianças por ano. Eram vendidos como se fossem animais para suprir a necessidade de mão de obra em ninas de ouro e diamante, engenhos de cada e açúcar, lavouras, café... 

21. Os viajantes - Graças a fuga da família real portuguesa o Brasil foi descoberto. Em 1949, o pesquisador Rubens Borba de Moraes catalogou um total de 266 viajantes que haviam escrito sobre o povo brasileiro, geografia e as riquezas do Brasil. 

22. O Vietnã de Napoleão - O capítulo nos mostra um pouco mais sobre as guerras travadas por Napoleão, suas muitas vitórias e seus erros, como também, sua morte.

23. A república pernambucana - Um revolução aconteceu no Brasil. Revolucionários pernambucanos ficaram no poder por menos de três meses, mas conseguiram abalar a confiança na construção do império americano sonhado por D. João VI.

24. Versailles tropical - Em 1818 vimos um pouco do que o brasileiro aprendeu bem: Mostrar-se o que não é! 

25. Portugal abandonado - Portugal não estava contente com o abandono pela família real, e exigia pelo retorno de seu governante!

26. O retorno -  Em 26 de abril de 1821, partia do Rio de Janeiro o rei, contra a sua vontade e sem saber o que esperar em Portugal. Deixava para trás um país completamente diferente daquele que o recebera.

27. O novo Brasil - "Esse Brasil dividido em pedaços autônomos nem de longe teria o poder e a influência que o país exerce hoje sobre a América Latina". A independência inevitável chegou! (o capítulo possui algumas imagens) 

28. A conversão de Marrocos - O arquivista real Luiz Joaquim dos Santos Marrocos saiu de Portugal contra sua vontade, em cartas trocadas com seu pai, é possível vê o quanto o Brasil e o povo brasileiro é desprezível para ele. Mas, sua opinião sobre o país tropical muda com o passar do tempo. 

29. O segredo - Marrocos: um homem tradicional, correto, patriota e cheio de segredos!


Eu, particularmente, amei o livro e super indico a leitura!

E você, já leu o livro? O que achou?


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