terça-feira, 15 de março de 2022

Sobre Contar Histórias

 



 

                Sou uma contadora de histórias! Demorei muito pra entender isso, mas ainda bem que é melhor tarde do que nunca!

                Quando criança, eu amava sentar ao lado de pessoas mais velhas e escutar sobre a vida delas. Escutar sobre suas lembranças, alegrias e também tristezas. Era comum as crianças brincarem na rua em frente as suas casas depois das 16h quando o sol estava mais escondido.
                As mães ficavam em frente as casas conversando enquanto as crianças brincavam, correndo e jogavam bola na rua. Era muito comum a minha mãe me encontrar sentada na calçada conversando com as senhoras e os senhores mais idosos da nossa rua. Eu amava escutar as histórias dessas pessoas que cresceram e viveram em um tempo tão diferente do meu. Eu esperava crescer e viver tantas coisas incríveis como esses senhores.
                A pessoa que sempre amei escutar é a minha avó paterna, a Dona Abadia. Ela sempre conta sobre a sua infência na fazenda, seu falecido marido (meu avó), como meu pai era quando criança... essas histórias sobre o passado que são tão gostosas de escutar. O mais legal de escutar é que a minha avó (com quase 90 anos) tem uma memória impecável. Ela lembra com detalhes de todas as histórias. Você pode pedir pra que ela repita 100 vezes a história e ela sempre vai contar a história completa, com todos os detalhes importantes. As vezes ela incluí um detalhe ou outro que faz com que a gente conheça melhor a história e suas personagens.
                Uma outra característica peculiar que descobri em mim quando fiz uma viagem incrível á Nova Iorque é que, frequentemente, quando estava muito tempo perto de determinadas pessoas, comecei a imaginar sobre a vida dessa pessoa, quem ela poderia ser e por que ela estava naquele lugar. Isso acontecia sempre quando estávamos no metrô. Geralmente, gastávamos uns 40 minutos (ou mais) diariamente dentro do metrô para chegarmos aonde queríamos, e esse era o meu ambiente preferido para fazer essas suposições: NYC é uma cidade repleta de imigrantes. Você vê a galera latina por toda parte. Você escuta várias línguas e sotaques o tempo todo. Um prato recheado para uma imaginação fértil!
                Acho que é por isso que eu gosto tanto de ler: para poder conhecer muitas histórias e pessoas. Viver e reviver, mesmo que remotamente as aventuras de personagens incríveis.
                Mesmo depois dessa viagem, sempre foi comum observar as pessoas ao meu redor e imaginar histórias diferentes sobre elas. Principalmente em shoppings ou restaurantes, quando eu estava só. As vezes eu tirava essas histórias da cabeça e colocava no papel, mas na maioria da vezes eu só continuava a história antes de dormir, pra dar aquele soninho, sabe?

                Nos últimos tempos, resolvi colocar mais dessas observações e suposições no papel. Desocupar um pouco a minha mente que anda um pouco sobrecarregada! Imaginar a vida e os pensamentos de pessoas reais ou não, tornou-se um hobby interessante.

                Estou contando uma história fantástica, baseada na vida de uma das mulheres mais fortes que eu conheço! A história dela é cheia de romance, força, trabalho, luta e determinação. Não há quem a escute e não fique impactada! Essa história merece ser contada!

                Ao começar a contar essa história percebi que a minha vocação talvez seja essa: contar histórias! Existem milhares de pessoas com vidas inspiradoras que deveriam ter a sua história compartilhada, e eu tomei como missão encontra-las e contá-las para o máximo de pessoas que eu conseguir!

                Ser professora faz parte de mim, é minha paixão o que é um encaixe perfeito com a minha recem vocação!

                Compartilhando a minha nova descoberta com você, quero que você reflita que nunca é tarde pra tentar encontrar um sentido,  encontrar alguma coisa que consiga te mover em meio á qualquer caos que esteja passando!

                Todo dia é uma nova oportunidade para descobrirmos mais sobre nós e nossas possibilidades e missão!

                Se você ainda não encontrou o que te move, não se preocupe, continue conversando com você, quando você menos esperar vai perceber que esteve sempre lá, só bastava você enxergar com cuidado e carinho!

segunda-feira, 7 de março de 2022

A IGREJA ME MATOU


Por muitos anos, servi voluntariamente a segunda instituição mais importante que existe: a Igreja. Depois da família a Igreja tem um papel fundamental na vida de um pessoa: é o lugar onde a sua fé é compartilhada, seus laços sociais são aprimorados e seus ideais são desenvolvidos e afirmados.

Em tese, a Igreja deveria ser uma escola para o ser social. Deveria ser o lugar onde as pessoas aprenderiam a amar ao próximo e a si, transformando injustiça em justiça, o ódio em amor, a dor em paz... a Igreja deveria ser o lugar onde todas as pessoas deveriam sentir-se seguras, afinal, se acompanharmos a história, este foi o ensinamento de Jesus durante sua jornada na Terra: Ele era a pessoa que todos gostariam de ter por perto (constantemente o vemos rodeado por muitas pessoas, e todo mundo o queria em sua casa); suas palavras mesmo quando duras era repleta de ensinamento e amor, como no caso da mulher samaritana: ela era uma pecadora e Jesus trouxe uma mudança de mente e de vida para a mulher sem precisar acusá-la ou expô-la ás outras pessoas. Estavam apenas os dois naquele poço e Jesus a confrontou sem orgulho altivo, sem palavras ofensivas, totalmente ao contrário, ele deixou claro que sabia a situação daquela mulher e que ela precisava mudar de vida. A conversa entre os dois foi clara e determinante, mas também cheia de compaixão e delicadeza.
                A Igreja nasceu transformando tudo e todos. Se olharmos para a sua história podemos ver tradições e sociedades inteiras sendo transformadas. As mulheres ganharam voz em um sociedade onde elas eram totalmente ignoradas e nem mesmo eram contadas como cidadãs (um exemplo é a história da multiplicação dos pães  onde apenas os homens são contados e as mulheres e as crianças são deixadas de fora). Depois da morte e ressurreição de Cristo nós vemos inúmeras mulheres que fizeram diferença dentro da igreja (Priscila, Dorcas, as Marias...). A Igreja não fazia distinção entre as pessoas: os escravos cultuavam da mesma maneira, no mesmo lugar e aprendiam as mesmas coisas que o seus senhores, aliás a Igreja pode ter sido o pontapé inicial para a abolição da escravidão. A família ( a Instituição mais importante do mundo) ganhou destaque de importância. As questões sociais eram tratadas de forma séria e compassiva. Comumente, os discípulos e os diáconos da igreja arrecadavam dinheiro, comida, roupas etc. e distribuíam para os necessitados (basta ler as cartas paulinas contidas na Bíblia); A Igreja era a instituição socio-espiritual mais viável.
                Entretanto, essa instituição que teria tudo pra dar certo, é composta por PESSOAS falhas, corruptíveis e muitas vezes insinceras. A própria história da igreja nos mostra isso!
Os cristãos foram perseguidos por muito tempo justamente por trazer tanta transformação social. Sua compaixão e doação eram confundidas com política o que despertava o medo de insurreição nas autoridades da época. Frequentemente os cristãos eram apreendidos e mortos, tinham a sua fé questionada e desafiada. Porém, a mudança que esse grupo estava trazendo era tão radical e singular que reis e governantes se interessavam por essa “nova filosofia”.
                O imperador Constantino foi o responsável por transformar todo um império em cristão. A Igreja passou a ser uma Instituição respeitada, regulamentada, importante e parte da vida social das pessoas. Mas, lembre-se, a Instituição é composta por PESSOAS!

A Igreja era o veículo de educação, justiça e moralidade da época. O filósofo indiano Vishal Mangalwadi, em seu livro “O Livro que tudo mudou” diz que no período medieval os problemas sociais e de justiça eram resolvidos de acordo com as decisões dos senhores de poder ( muitos desses senhores eram analfabetos e buscavam algum tipo de ganho pessoal nos julgamentos). A Igreja trouxe certa justiça para os julgamentos desses senhores pois, os religiosos da época buscavam a verdade, em todas as esferas da vida. Essa busca pela verdade fez com que os religiosos analisassem as situações e cada caso de maneira única e imparcial. Assim, a Igreja tinha certo peso sobre inúmeras decisões sociais, resultando em  influência e poder.
                A igreja mandou e desmandou por muitos anos até a tão importante e famosa Reforma Protestante. A Bíblia não era objeto comum á população. Era rara de ser encontrada e muito cara para ser adquirida. As vezes, um mosteiro possuía um exemplar que deveria ser estudado por um período curto de tempo por muitos  monges. As pessoas acreditavam de boa fé no que esses homens da verdade, entendedores da bíblia falavam. (qualquer semelhança com situações atuais é mera coincidência).

A Reforma – juntamente com a invenção da prensa de Gutenberg – foi muito importante pois trouxe acesso á Bíblia em diversas traduções. As pessoas não deveriam apenas acreditar no que os padres diziam, agora elas tinham acesso ao conteúdo concreto do que os apóstolos de Cristo deixaram. O controle da igreja cairia. Os ensinamentos aproveitadores também cairiam.
                Não quero de forma alguma trazer uma aula de história da igreja, quero na verdade trazer uma reflexão á você que faz parte dessa instituição. 

A Reforma trouxe acesso á informação; trouxe leveza na fé e a essência do que é o cristianismo. Porém, trouxe também perseguição, morte para muito dos reformadores e dúvidas. Toda grande mudança é feita através de confronto, esforço e dor!

Depois de todo o processo histórico da Igreja (como instituição) era de se esperar que alguma mudança tivera acontecido, seja ela social, filosófica, ambiental... mas, a igreja é composta por PESSOAS!
                Quando eu era criança o indivíduo “crente” era extremamente respeitável! Era sinônimo de honestidade e credibilidade! Era comum as pessoas venderem “fiado” em mercados e padarias ás pessoas apenas com a segurança de que a pessoa “era crente”. Uma vez, eu estava em um bairro bem perigoso na cidade onde moro. O bairro era comandado por traficantes perigosíssimos que estavam em guerra com outros traficantes do bairro vizinho. Eu deveria ter entre 9 e 10 anos e estava na casa de uma amiga da família que morava nesse bairro. A tarde fomos a padaria e quando viramos um determinada rua nos deparamos com uns 5/6 homens armados com cara de poucos amigos. Um dos homens apontou a arma pra gente e mandou a gente voltar. Quando estávamos saindo, escutamos um dos caras mais atrás dizendo “Ei, deixa elas passarem. É a irmã crente.” Os crentes eram respeitados, inclusive por traficante!
                Eu cresci escutando que a palavra do crente deveria ser “sim, sim e não, não”. Que deveríamos ser honestos em nossos negócios, nossas palavras e nossas ações. (Essa é uma característica que todo ser humano deve possuir, mas o crente deveria se destacar nisso porque é a representação dos ensinamentos de Cristo.) Enfim!
                Na minha mente de adolescente, e confesso que também na mente adulta, as pessoas que entram na Igreja são transformadas em seu caráter. Não falam mal uma das outras, são honestas, compassivas e ajudadoras. Mas o meu teto de vidro foi quebrado de forma violenta.
Eu esqueci que a Instituição Igreja é composta por pessoas.

                Nós somos seres corruptíveis e deixamos que essa corrupção maculasse a segunda Instituição mais importante do mundo. Ao invés de sermos transformados, nós a transformamos. É não foi pra melhor!
                Não podemos generalizar, claro! Existem pessoas honestas e sinceras dentro da Igreja - eu conheço muitas delas.  Mas de uma forma expansiva vemos o declínio de uma instituição que foi, talvez, o maior marco dentro da sociedade.

Assim, como no período medieval, as pessoas têm deixado que a influencia e o poder que a Instituição proporciona matarem a sua real missão: Jesus Cristo! E junto com a missão, estão matando centenas de pessoas que voluntariamente doaram a vida, recursos, tempo e propósito. Digo centenas de pessoas sem medo de exagerar!
                Entenda, não estamos falando de fé aqui. A fé bem fundamentada não precisa de defesa ou justificação. Estamos falando sobre a INSTITUIÇÃO IGREJA. A organização que mais arrecada e movimenta dinheiro no mundo!
                O amor ás pessoas ou á missão que Cristo deixou está sendo suprimida pelo orgulho das catedrais, dos seguidores do Instagram, pelas view no youtube. Não que isso seja errado, mas não deveria ser o foco.
                As pessoas perderam o que é o real significado do que é ser igreja, do que é ser cristão. As pessoas dentro da igreja matam continuamente. A Igreja mata! A Igreja me matou! A ganancia me matou!
Assim, fica o meu pedido: IGREJA REVOLUCIONE-SE outra vez! Seja transformada! Não mais mortes!

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

A mulher de trinta anos!



 Fiz trinta anos!

Isso mesmo, trintei!

Ontem, segunda-feira (10 de janeiro de 2022) eu completei 30 anos de existência! 

Enquanto conversávamos ontem, meu pai me perguntou como me sentia estando com 30 anos. Rebati com outra pergunta, "Como o senhor se sente tendo uma filha de 30 anos?".

    A  verdade, é que na hora eu não sabia bem como responder essa pergunta. Eu não havia realmente pensado sobre o assunto e isso ficou martelando na minha cabeça: "Como você se sente estando com 30 anos?".

Analisando bem, nada mudou de ontem pra hoje (além de acordar um pouco mais tarde por causa da celebração estendida!) mas, continuo com o mesmo marido, com a mesma casa, com o mesmo emprego... tudo parece estar a mesma coisa da Thamires de 29 anos e foi então que tentei me lembrar o que a Thamires com 15 de idade estaria imaginando que a vida da Thamires com 30 anos seria.

Peguei emprestado o roteiro do livro do Balzac que tem o mesmo título desta postagem  (A mulher de trinta anos) e fiz uma regressão mental do que eu queria enquanto adolescente e o quanto dessa vontade conquistei aos 30 anos: NÃO SOU NADA AOS 30 DO QUE IMAGEI AOS 15 ANOS. 

Aos 14 ou 15 anos tinha planos de dividir um apartamento com uma prima bem próxima; estar ganhando muito bem como cientista (coisa de 6 dígitos, no mínimo) e ter viajado o mundo todo. 
Hoje, aos 30, sou casada há 11 anos com o amor da minha vida, que tive o prazer de conhecer aos 16 e me casar aos 18. Sou professora de ciências e filosofia da rede pública (querido, apesar de estar envolvida com ciência hj, meu salário não chega nem perto nos 6 dígitos... kkkkkk) e o plano de viajar o mundo já começou (estou conhecendo as grandes cidades do nosso Brasil lindo e só conheço 2 países... mas, estamos no processo! Não ter o salário de 6 dígitos atrasou um pouco os meus planos.). 
Um outro plano era ter um PÓS DOUTORADO aos 30 (esse veio aos 22 anos!), mas não rolou!

Depois de fazer essa análise, bateu um pontinha de nostalgia e ansiedade: afinal. onde estão as conquistas que sonhei e planejei há 15/10 anos? E percebi que, a gente muda, as prioridades mudam, nosso ritmo muda! E não adianta a gente se apegar aos sonhos e desejos do passado, eles que já foram. A gente deve estabelecer e restabelecer nossas metas de tempos em tempos e analisar se o que a gente desejou um dia ainda faz sentido pra gente do hoje!
Se aquela meta de ser doutora aos 30 anos não pôde ser cumprida, não faz mal, tenho ainda saúde e vida para me organizar e batalhar para que ela seja cumprida aos 35/36 ou 37 anos!


A vida é um benção! Envelhecer é um benção! 


Hoje, eu, eu mulher de trinta anos me sinto cheia de energia, força e garra para conquistar os sonhos da Thamires de 30 anos! Apesar da preferência por alltar continuar, não sou a mesma mulher dos 15, dos 20 ou dos 25 anos! A gente muda, nossas prioridades mudam, nossa rotina muda... e por que os nossos sonhos também não podem mudar?


Essa é a minha divagação da manhã.... fiz trinta anos!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

O FEIJÃO E O SONHO - Orígenes Lessa

 

Autor:  Orígenes Lessa 
Ano: 1938
Páginas: 128
Editora: Ática

Olá!
Volteeei!
Sou a Thamires Vasconcelos e depois de um pouco mais de 5 anos estou de volta por aqui compartilhando minhas leituras com você, que assim como eu, é um amante de bons livros.

Hoje, eu vou compartilhar com vocês a minha última leitura de 2021:




Foi uma leitura surpreendente! 

Ao procurar uma leitura rápida e leve para a última semana do ano, meus olhos bateram nessa belezinha e senti que era a hora! (esse livro já estava há um bom tempo guardadinho na estante!)

Talvez, um dos motivos pra eu ter enrolado tanto para começar essa leitura seja o título bobo. Sim, bobo! Se a gente parar pra pensar, quando se olha pra essa capa e para o título do livro, não há muitas pistas do que esperar. Mas, decidi que o leria para fechar o ano.

Peguei meu livro, meu tereré e sentei no sofá. E que surpresa!!

O livro conta a história de um casal: Maria Rosa e Campos Lara. Ela é um dona de casa e ele um professor e poeta. Esse é um casal bem tradicional dos anos 1930 e a gente pode ver no decorrer da história muitas questões culturais desse período, como por exemplo a visão que tanto os pobres quanto os ricos tinham os negros (isso quase 50 anos depois da Lei áurea), como os ideais de lar e casamento eram construídos, e como um marido e uma mulher deveriam agir e pensar para serem considerados boas pessoas.

Voltando para o casal e a nossahistória, ela enquanto moça, sonhava com um homem bonito, trabalhador e de boa condição. Maria Rosa morava em uma cidade no interior de São Paulo e era cortejada por muitos rapazes, mas nenhum era satisfatório para a moça. Ela sonhava com alguém inteligente, estudado, promissor, de cidade grande.
Ele, um jornalista, professor, poeta e sonhador. Queria viver de seu talento e amava os amigos da cidade grande que declaravam suas anguastias, decepções e amores no mais requintado português.
Os dois se conheceram e se apaixonaram. Ela, viu além da beleza do rapaz – que era extremamente bonito-, viu uma inteligência destacante e um futuro promissor. Ele viu na moça um doçura que seria uma inspiaração constante para o seu trabalho, sem contar que Maria Rosa era uma morena de “tirar o chapéu”.
Mas, as doces ilusões dos enamorados... Maria Rosa torna-se uma mulher insatisfeita e reclamona. Cuidava de uma casa pobre, de seus 4 filhos agitados e ainda tentava administrar as dívidas que cresciam a cada ano, acompanhando o crescimento dos filhos. Juca, o Campos Lara, tornara-se um professor “maia boca”, sonhador e solitário. Era  comum para o poeta perder a hora para suas aulas ou abandona-las sem explicações razoáveis.
E é nesse cenário que acompanhamos a vida desse casal. Campos Lara está cada dia mais infeliz porque não consegue viver do que ganha de seus livros de poesia (Sim, ele já foi bem respeitado em seu meio literário na cidade grande). Campos Lara, constantemente fica dividido entre o feijão (sustento da casa) e o sonho (colocar suas angústias e alegrias no papel e compartilhar com as pessoas suas poesias, recebendo ou não por isso).

Esse é o tipo de coisa que acontece constantemente conosco (ao menos já aconteceu algumas vezes comigo). Muitas vezes a gente fica divido entre fazer aquilo que se ama, mesmo que a recompensa não seja grandiosa, ou fazer alguma coisa para colocar a boa comida na mesa, sustentar a nossa família, mesmo sem nos trazer paixão.

 

SOBRE O AUTOR

Orígenes Temudo Lessa foi um jornalista e romancista que viveu no ínício do século XX (1903-1986) e tornou-se um dos imortais da Academia Brasileira de Letras.

Recebeu inúmeros prêmios literários: Prêmio Antônio de Alcântara Machado (1939), pelo romance O feijão e o sonhoPrêmio Carmem Dolores Barbosa (1955), pelo romance Rua do SolPrêmio Fernando Chinaglia (1968), pelo romance A noite sem homemPrêmio Luísa Cláudio de Sousa (1972), pelo romance O evangelho de Lázaro.[4]

 

CONCLUSÃO:

O livro faz parte da Serie Vaga-Lume, uma coleção de livros brasileiros voltada para o público infatojuvenil lançados na décade de 1970 pela Editora Ática. No decorrer dos anos, as edições sofreram alterações e muitas podem ser encontradas em livrarias e sebos. Eu particularmente, tenho o sonho de ter essa coleção completinha (com grande parte dos originais dos anos 1970).
Apesar de serem livros infantojuvenis, muitas das histórias nos trazem reflexões profundas como foi o caso de “o feijão e o sonho”.

O livro tem 128 páginas e o li em 3 dias!!!



E você já conhecia a obra? E o autor? Compartilhe a sua opinião com a gente!



 Thamires Vasconcelos

Instagram: @ThamiresVasconcelos

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quinta-feira, 22 de junho de 2017

Treinamento básico para o Ministério Profético - Kris Vallotton

Autor:  Kris Vallotton
Ano: 2017
Páginas: 121
Editora: Chara

O Kris Vallotton, é sem dúvida um pastor usado tremendamente no ministério profético. Por isso, eu fiquei extremamente empolgada quando li sobre o lançamento  de um "manual de treinamento" para o ministério profético escrito por ele.


O tal manual, lançado pela editora Chara recentemente, é uma espécie de estudo distribuído em 9 capítulos, onde ao final de cada capítulo você encontra alguns "exercícios" para reflexão e prática,  e ainda, nas últimas páginas do livro, você encontra um espaço destinado á anotações, para que o leitor possa compartilhar e avaliar suas experiências no ministério profético. 


Os 9 capítulos são:

  1. O Propósito do Ministério Profético. 
  2. Profetas e Profecias
  3. Aprendendo a Ouvir a Voz de Deus
  4. A Linguagem de Deus
  5. Julgando e Recebendo Palavras Proféticas
  6. Recebendo e Ministrando o Dom da Profecia
  7. Regras e Etiqueta no Ministério Profético
  8. Falsos Profetas
  9. Praticando a Profecia
A leitura do manual é bem simples, rápida e profunda. Você pode fazer o estudo individualmente e também em grupo, uma vez que ao fim de cada capítulo, o leitor encontrará questões para reflexão individual, e também em grupo, como aplicações práticas.

Todos os assuntos trabalhados no livro são devidamente embasados no que a bíblia diz. Assim, você que deseja aprofundar-se no ministério profético não deixe de ler este livro!!



Confira o site da Editora Chara e adquira o seu livro.

*Livro cedido pela editora. 



Thamires Vasconcelos
email: thamiresrcosta@gmail.com
instagram: @thamirevasconcelos





domingo, 4 de junho de 2017

Madame Bovary - Gustave Flaubert

Autor:  Gustave Flaubert
Ano: 
Páginas: 360
Editora: Nova Alexandria


Madame Bovary é um dos clássicos que ficou um bom tempo na minha listinha de "wishlist". Confesso que não sabia sobre a história, mas o livro era um "must have" literário. Não lembro se vi alguma resenha na internet, ou alguma coisa do tipo, mas sabia que o livro havia sido proibido de ser publicado na época de lançamento. Era tudo o que eu sabia: O livro foi um escândalo para a sociedade, e geralmente -quando isso acontecia há uns 3 séculos -, a gente podia ter a certeza de que alguma critica séria á sociedade ou  a igreja foi feita, e a história deveria ser lida! 

Fiquei namorando as edições disponíveis na Amazon por um bom tempo, mas o preço das belezinhas sempre me disseram "para esperar um pouco", até que encontrei esse exemplar - por mero acaso - com um rapaz que vendia livros usados na universidade que frequentava. De início achei a capa bem feia, mas a edição estava um brinco, toda em um material bem resistente e bem acabado, uma diagramação muito boa, e o melhor: a edição possui todo o processo que Gustave sofreu ao publicar o livro!! Da denuncia do ministérios público, passando pela defesa do acusado até a decisão final!!!
QUE DELÍCIA DE EDIÇÃO!!!

Madame Bovary conta a história de uma sonhadora, egoísta e fútil dama: Emma Bovary. Entretanto, antes de se tornar a Madame Bovary, Emma foi educada em um convento. Mas, não tinha nenhuma aptidão religiosa, pelo contrário, dia e noite sonhava com os grandes príncipes elegantes e românticos de seus livros. Para ela, o amor seria algo arrebatador que a faria suspirar o tempo todo e seu amado seria um homem superior á todos os outros, perfeito em modos e fortuna.
Quando Emma "torna-se adulta" volta para a casa do pai.  Com a ausência de sua falecida mãe, é ela quem governa toda a casa e cuida de seu pai. Ela é uma bela jovem, simples, recatada e dedica ás tarefas domésticas. 

Um belo dia, o pai de Emma sofre um acidente e é necessário que um médico da cidade vizinha seja chamado. O bom médico cuida de seu pai com toda a destreza e carinho. E o homem logo está recuperado!
Uma afeição entre o médio e a moço logo nasce, mas sem muitas intimidades, já que o médico é um homem casado.
Charles Bovary é um jovem médico casado com uma mulher um pouco mais velha que possuí algumas posses. Esta mulher é possessiva e ciumenta. Sabe de todos os pacientes de Charles e regula cada passo do médico. Charles Bovary não é um homem feliz!  

Tempos depois, devido a uma fatalidade, a mulher de Charles morre. Ele fica triste por alguns dias, mas percebe que a vida de solteiro é mais proveitosa que a de casado. Não por ele ser um boêmio dado á bebidas, festas e mulheres. Totalmente o oposto, Charles desfruta agora, de um lar tranquilo e sossegado. Ele já não é recebido em casa por um mulher estérica e ciumenta. Agora, pode chegar em casa e comer tranquilamente, ler um bom livro e descansar sem pertubações.

É no meio dessa tranquilidade toda que Charles recebe o pai de Emma em casa, e a partir de então passa a frequentar a casa da moça, o que faz crescer a afeição entre o casal. Passado o luto do viúvo, os apaixonados se casam! 

O mais engraçado de toda a história é que no dia seguinte ao casamento a magia acaba para Emma. Charles está encantado, apaixonado, revigorado e até mesmo mais bonito. Por outro lado, Emma continua com o mesmo semblante indiferente de antes. 
Nos primeiros meses do casamento, Emma é uma dona de casa exemplar. Cuida do marido de maneira ímpar, administra as finanças e todos os bens do marido com excelência, até que é convidada para "uma dança" na casa de uma ricaço que foi socorrido pelo doutor Bovary. É nesta festa que Emma percebe que a vida glamourosa dos livros existe e ela perdeu muito em casar-se com Charles, um homem simples que não ousava usar botas flexíveis elegantes em seu dia-a-dia!!

A partir de então, o egoísmo de Emma acentuou-se e ela "caiu em depressão". O que fez com que Charles abandonasse sua atual situações respeitável e confortável na cidade em nome da melhora "dos nervos" da esposa. Os Bovary se mudam de cidade para que Emma pudesse ter a saúde restaurada. É aí que a desgraça da família começa!




Emma é um mulher egocêntrica que fará seu marido sofrer de uma maneira absurda! Apesar de possuir uma marido trabalhador, inteligente, bem apessoado, simpático, carinhoso, que dá uma liberdade absurda a ela (diferente de muitos maridos da época), e ainda possui uma filinha linda e saudável, Emma deseja mais! Ela deseja paixão, fogo, luxo... e para conquistar tudo isso ela será capaz de fazer qualquer coisa, até mesmo arruinar as pessoas mais próximas a ela !! 

Quando terminei a leitura fiquei com um raiva gigante da Emma. Na verdade, enquanto lia a história e acompanhava seus pensamentos, desejei entrar no livro e dar uma sacudida violenta nessa menina fútil e egoísta! 

Um história muito bem escrita que mexe com a gente, sem contar as críticas camufladas e inteligentes feitas á igreja católica e a sociedade da época! 
Sim, a leitura valeu muito a pena!!! 
Você já conhecia a história? O que achou?

O livro está disponível na Amazon!



Thamires Vasoncelos
Cientista Natural; Cristã; Bookaholic.
email: thamiresrcosta@gmail.com
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segunda-feira, 15 de maio de 2017

Davi - Charles R. Swindoll

Autor: Charles R. Swindoll
Ano: 1997
páginas: 367
editora: Mundo Cristão
 

Davi é sem dúvida uma das minhas personalidades favoritas na bíblia. Sua história nos mostra a vida de um homem grande, mas com uma humildade ímpar e um o coração voltado para Deus, conquistador, guerreiro, e um homem real, cheio de defeitos que também pecou. 
Amo ler sua história nos livros de Samuel, Reis e Crônicas. O grande problema é que os acontecimentos na vida de Davi não são apresentados de forma continua e cronológica, o que dificulta saber em que tempo de sua vida algum determinado evento aconteceu.
Conversando com meu marido a respeito desta dificuldade, ele me indicou este livro do Swindoll, e devo confessar que o livro, além de satisfazer minha necessidade, me surpreendeu muito. 


O autor conta a história do magnifico rei em 24 capítulos, onde sua vida é analisada e discutida. Ao fim de cada capítulo o autor traz uma reflexão de uma maneira totalmente atual e profunda. 

Aspectos da vida familiar de Davi, ministerial, econômica, pessoal e ainda suas habilidades mostra-nos um grande homem, vulnerável como qualquer outro, mas o seu diferencial era possuir um coração segundo o coração de Deus; 

Um pastor, salmista, guerreiro e rei. A vida do grande Davi é contada a partir de sua adolescência - quando surgiu como um simples e ingênua pastor de ovelhas- e segue até a sua morte - rei respeitado e poderoso. 


Um pastor esquecido foi transformado em o maior rei de todos os tempos!


Thamires Vasoncelos
Cientista Natural; Cristã; Bookaholic.
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